terça-feira, 27 de abril de 2010

Não que eu seja emo...

Quando eu era pequeno, costumava desesperar-me diante de qualquer situação que frustrasse algum plano meu: uma nota baixa no boletim, um brinquedo quebrado, um desentendimento com um coleguinha; tudo que me parecesse contrário ao fluir natural e pacífico angustiava-me de tal modo que eu chegava a ter a sensação de que aquilo nunca ia passar e, por vezes, viver me parecia desnecessário e sem sentido. Graças a Deus que existia mamãe. Ah, Dona Maria – meu consolo! Lembro-me certa vez em que papai estava me ensinando a andar de bicicleta... aconteceu o pior: havia uma pedra no meio do caminho. Eu perdi o controle e caí, ralando um dos joelhos no chão de cimento. No ápice daquela dor ardida e vendo o sangue em vermelho vivo escorrer pela minha perna, esgoelei-me e fui, aos prantos, pro encontro de mamãe. A dor parecia eterna, mas Dona Maria, usando de toda sua sabedoria medicinal, foi até a mercearia da esquina e comprou um picolé de chocolate. Foi quase instantâneo: bastou-me sentir o docinho gelado na boca, e a dor foi embora.
Hoje, na maturidade dos meus quarenta e oito anos, vejo como tudo era simples naquela época em que probleminhas se vestiam de monstros e me assombravam a noite inteira. Não havia dor que não sarasse com um beijo nem complicação que o tempo sozinho não resolvesse. Eu ainda nem sabia que existiam dores bem piores que as físicas: as da alma! Ninguém nunca me disse que viver era fácil, mas eu não fazia idéia de o quão difícil é. São tantos desejos pendentes, planos frustrados, feitos inacabados, vontades retidas, saudades esquecidas... e tudo isso dói lá no fundo de uma forma que nem o mais delicioso picolé do mais suculento chocolate poderia acalmar.
Nós vamos crescendo, vamos nos livrando de um probleminha aqui, outro acolá; mas outros tantos surgem e, em certo momento, já não sabemos o que fazer, a vida se assemelha a um longo túnel sem nem um resquiciozinho de luz no final. O que me parece mais óbvio a fazer é sentar e chorar, contudo isso não combinaria com minha maturidade nem com meus fiozinhos brancos que o espelho tem me revelado nos últimos meses. Então eu vou seguindo a vida sem nem mais questionar o sentido dela, esperando tão-somente o fato inevitável que me anestesiará de todas as dores para sempre.

Em 11/10/2009

sábado, 24 de abril de 2010

Lapso de sanidade.

Não tenho o que escrever - escrevo somente. Palavras soltas, sem conexão, estojo carro pudim. Palavras sem sentido em um mundo sem sentido; pra que buscar o sentido das coisas, então? Isso, francamente, não faz o menor sentido. A maior lucidez é ser louco! No mundo louco, quem é normal é, de fato, louco. E não tente entender o sentido da vida, senão você pode enlouquecer... Pensando bem, que diferença faz? A vida é mesmo uma loucura sem sentido, estojo carro pudim.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Encontro Regional dos Estudantes de Administração


Por que tudo que é bom dura pouco? O final de semana passou tão rápido, que eu nem percebi.

terça-feira, 13 de abril de 2010

;(

"Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra."

Não deu, não foi dessa vez. :(
Na prova do BNB, para não ser eliminado, o candidato tinha que fazer, no mínimo, 50% de cada prova. Minha situação foi a seguinte:
Português: 17 de 20
Matemática: 7 de 16
Atualidades: 9 de 14
Conhecimentos Bancários: 25 de 30
Bola pra frente, agora é só passar no concurso da Caixa (dia 16/05). E que seja feita a vontade de Deus!

domingo, 11 de abril de 2010

Sei lá...

"... tem dias que a gente olha pra si
E se pergunta se é mesmo isso aí
Que a gente achou que ia ser
Quando a gente crescer."

Eu não sei se sou exatamente a mesma Aline que idealizei alguns anos atrás. Certamente que não. Mas, sem sombra de dúvidas, sou muito feliz assim. Porque Deus é quem tem executado os planos em minha vida. Então passar ou não passar no concurso que fiz hoje (BNB) não vai me fazer mais triste, porque sei que é a vontade dEle se cumprindo na minha vida.

sábado, 10 de abril de 2010

Estou chegando.

Cá estou eu, voltando à era dos blogs.
Estou meio sonolenta, sem criatividade e tenho que dormir cedo, porque vou prestar um concurso pro BNB amanhã. Então deixo vocês aqui com um texto pra reflexão.

"Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade."
(Pablo Neruda)